sábado, 12 de maio de 2018

Insólito e Comum


Peço desculpa a algum incauto que passe e me leia. Mas até eu estou banzada comigo – vou escrever sobre José Sócrates, coisa que jamais pensei fazer. Claro que toda a gente fala dele e é só mais um post no meio de tantos. Pois é. Mas acontece que não aprecio nem um bocadinho o sujeito em causa. E vem isto de sempre. Que é como quem diz, desde ser ministro do ambiente e de estar aos domingos à noite, em directo e na RTP1, a jogar aos dardos com Santana Lopes. É capaz de ser preconceito. Assevero, a minha opinião é anterior ao Sócrates primeiro ministro, aquele que, enquanto governava, tresloucou e fez um monte de disparates e falcatruas criminosas por junto – que até se me configura que tenha para aí uns cem anos ou viva as vinte e quatro horas em expedientes matreiros e, como disse, criminosos.  Se nada disso tivesse acontecido, eu o ignoraria na mesma. Sem raivinhas, só indiferença.
Acrescento que não aprecio o estilo do senhor apesar de reconhecer que tem bom porte, sabe vestir e fala com desenvoltura. Mas o fato não faz o monge e sempre me pareceu que monge por detrás do fato não havia. E porém. Há coisas que não tolero. Bater no ceguinho repugna-me vivamente. Ora o Sócrates em quem hoje se bate tem arcado com tudo que é podre e não presta. Todas as manigâncias vão dar a Sócrates, o que, para mim que não sou juíz, parece exagero. Mais um bocadinho e sou obrigada a dar-lhe duas vidas só para malfeitorias e a concluir que não é homem, mas um ser arraçado de gato.
E esta semana, a família política e uma ex namorada juntaram-se a bater em quem já está no chão (terá sido combinado?!). Eu que não sou mulher de papar telejornais, vi e ouvi quem o defendeu e agora o ataca. E também li artigos de Fernanda Câncio, jornalista que os bloguers exibiam como se fosse uma nossa senhora moderna e a que nunca achei piada por me parecer gente que não presta (não quero nem um pouco saber se é feminista ou não, as pessoas ou têm carácter ou, sejam o que sejam, militem onde militem, não prestam). Pois nesse tempo, a senhora D. Fernanda – a tal a que sempre senti alergia, mas deve ser problema de pele que a dermatologia resolve – juntava quatro pauzinhos e fazia uma cabana a favor de José Sócrates. E eu, nas vezes em que lia, verificava que a dama esgrimia bem os argumentos e lhe assentava o papel de defensora. E punia-me um bocadinho-pouco por não gostar dela. E agora isto. Não li o que disse/escreveu e nem preciso. Basta-me tê-lo feito. Denegrir o ex num jornal. O que ela e os antigos amigos lhe fizeram é sujo. indecoroso. Indigno. Gente que morde a mão que lhe deu comida não é gente a sério e desmerece a designação de pessoa.
Entretanto, a populaça reage às notícias e culpa José Sócrates. Anda contente a populaça. Contente com os atropelos e morosidade da justiça. Contente por ter encontrado de mão beijada um culpado para os males do mundo. Contente com o seu papel de juíz de faz-de-conta.
Também tenho uma opinião sobre o caso José Sócrates. Veremos quando a justiça actuar se é concordante. Porque, sendo as opiniões altamente falíveis, a minha pode nem ter fundamento, estar errada. Mas, a presunção de inocência até ao veredito é acto de misericordia devido a qualquer réu. E é de lei. Portanto, deixemos que haja e se faça justiça. Nos tribunais, órgãos onde é suposto as opiniões não contarem e se aterem os juízes apenas a factos. Porque a injustiça já aconteceu e tem sido aparatosa. Neste momento, sinto nojo desses “amigos” e “ex namorada”. Culpado ou inocente, tenho pena de Sócrates. Há danos irreparáveis.

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