Olívia
És tão, mas tão previsível!!! J)
Ligaste a agradecer a prenda. Nem
tanto para agradeceres, mais para auscultação de preferências. Queres pagar.
Logo tu, que nunca me deste nada. E agora desejas retribuir. Mas pontos dados
de coração não se retribuem senão com a mesma moeda. O caminho para ti já nem
existia. Nunca existiu senão em mim mesma. Tu deixavas-te ir, embalavas na minha
amizade.
E não. Não quero um presépio.
Disse-to. Um Menino Jesus de muito ano faz-me os natais da vida. Sorriu-me de
uma montra, no Porto. E logo senti que sem ele não saberia o caminho de volta.
É o meu tudo de presépio. Parece-me mal acrescentá-lo, queres o quê?! É um
Menino autossuficiente na sua manjedoura de palhas penteadas e risca ao meio, o rostinho rosado a sorrir ternamente a quem chega – que o ponho logo na mesa de
entrada.
Necessito
apenas dessa figura etérea, mãozinhas de refego e manicura perfeita a entreabrir.
Se tenho saudade de haver natal, desembrulho-o e desvaneço na sua perfeição de
porcelana. Há nele uma infância delicada, um abandono confiado que comove e ajuda a
continuar.
Que
o Novo Ano te sorria.
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