Dói
nos olhos a ternura das mãos escorrendo sobre o mundo
As mãos são bálsamo que
arrasa o vácuo dos abismos
E à boca das mãos existem os gestos
A desligar o espanto
Nos
olhos dos afogados.
As mãos pegam, desfazem e fazem. Refazem.
Tocam.
Recolhem-se em
brusquidão de ouriço.
Armam-se
Rendem-se como folhas em descanso
E voam-lhes
libélulas por entre os dedos.
Às vezes, a vida das mãos destila cansaços
murados
E as unhas são janelas de prisão.
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